PAUTA
O "DIÁRIO DOS CINCO" irá abordar o choque cultural vivido por um jovem, nascido no nordeste brasileiro, ao se mudar para a quarta maior cidade do mundo. Na tarde do sábado, dia 22Out2011, encontramos KELVIN BEZERRA, numa cafeteria em um famoso shopping paulista, para um papo descontraído, regado de bebidas frias, para aliviar o calor que faz na capital paulista. Colher depoimentos em áudio ou vídeo. Elaborando perguntas pertinentes a sua infância e sua trajetória devida até os dias atuais. Explorar a sua formação, personalidade e visão do mundo. Devido a entrevista ser num local público, o áudio deverá apresentar ruídos característicos do local, como pessoas falando, risos, etc.
Carlos Pereira, Diogo Sausen e Edson Kotsubo entrevistam o jovem KELVIN BEZERRA, e Juanita Sousa grava o áudio e ajuda a direcionar o rumo da entrevista junto com os entrevistadores._________________________________________________________
TEMA
A DIVERSIDADE DA JUVENTUDE BRASILEIRA
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LEAD
Nascido em Teresina, capital do Piaui, estado que começa a ter notoriedade após ficar no topo do ranking de qualidade do ensino brasileiro, KELVIN BEZERRA passou a infância na cidade de Elesbão Veloso até mudar-se para São Paulo aos 11 anos com seu irmão, para a Cidade Paulista de Diadema, onde sua mãe e padrasto os aguardavam. O que os trouxe para terras paulistas foi a busca de uma vida melhor, a realização de seus sonhos, esses que nosso protagonista os persegue com muita garra tipicamente nordestina.
ENTREVISTA
Diário dos Cinco: Kelvin, conte-nos como foi a sua infância, num estado pouco falado que é o Piauí.
Kelvin Bezerra: Nasci na capital Teresina, meus pais se separaram quando eu ainda era pequeno, e como a nossa mãe sempre estava a procura de emprego para conseguir criar a gente, ela nos deixou com os meus avós maternos, no interior do Piauí, numa cidade mais ou menos quatro horas da capital, em Elesbão Veloso. Como toda criança, aprontei várias, deixava a meus avós doidos (risos), lembro até uma vez que eu aprontei uma daquelas, e a meu avô descobriu bem na hora em que eu estava entrando no banheiro para fazer xixi, e quando vi o cinto na mão não segurei fiz na calça mesmo (risos), ai meu avô deu tanta risada que nem quis me bater mais, por segundos me livrei da surra(risos).
Kelvin Bezerra: Nasci na capital Teresina, meus pais se separaram quando eu ainda era pequeno, e como a nossa mãe sempre estava a procura de emprego para conseguir criar a gente, ela nos deixou com os meus avós maternos, no interior do Piauí, numa cidade mais ou menos quatro horas da capital, em Elesbão Veloso. Como toda criança, aprontei várias, deixava a meus avós doidos (risos), lembro até uma vez que eu aprontei uma daquelas, e a meu avô descobriu bem na hora em que eu estava entrando no banheiro para fazer xixi, e quando vi o cinto na mão não segurei fiz na calça mesmo (risos), ai meu avô deu tanta risada que nem quis me bater mais, por segundos me livrei da surra(risos).
DC: E o que você aprontou?
KB: (risos) Deixa pra lá, fiz muitas cagadas, mais todas desastradas é melhor nem falar.
DC: Diferente do estereótipos dos nordestinos, com esse jeito calmo, de pele eolhos claros, qual a sua descendencia?
KB: Não faço a mínima idéia, mais acho que devo ser descendente de europeus, aliás, tem uma história muito curiosa e meio louca, na época da colonização do Brasil, os portugueses queriam que os nativos do Brasil unificassem uma raça, a branca, trouxeram imigrantes europeus com intenção da miscigenação das raças, com isso os primeiros descendentes da miscigenação nasceriam mulatos, iriam se relacionar (ou procriar) com outros imigrantes europeus o que deixaria a população com as características deles, ficaria nesse ciclo até unificar uma raça.
KB: Não faço a mínima idéia, mais acho que devo ser descendente de europeus, aliás, tem uma história muito curiosa e meio louca, na época da colonização do Brasil, os portugueses queriam que os nativos do Brasil unificassem uma raça, a branca, trouxeram imigrantes europeus com intenção da miscigenação das raças, com isso os primeiros descendentes da miscigenação nasceriam mulatos, iriam se relacionar (ou procriar) com outros imigrantes europeus o que deixaria a população com as características deles, ficaria nesse ciclo até unificar uma raça.
DC: Pelo jeito o genótipo europeu prevalece por lá. Mas, nos conte, qual o motivo de vir tentar a vida aqui em São Paulo?
KB: A minha mãe conheceu meu padrasto que já morava aqui em São Paulo, buscou eu e meu irmão, casou novamente, eu vim com 11 anos de idade, e o meu irmão era mais velho, de ônibus, imagine 2 dias dentro de um ônibus (risos), ao som de forró, comendo o frito, e nas paradas, as comidas requentadas, horríveis (risos). E um único banheiro!
DC: O que é frito?
KB: Comida típica a base de farinha com carne frita ou seca, como se fosse uma farofa.
DC: Falando em comida típica, o que você mais gosta de comer?
KB: Cuscuz de milho e de arroz, peixe seco, além do trivial, arroz, feijão e carne de bode assada. Lá as pessoas gostam de comer buchada de bode, sarapatel, carne de tatu, que eu particularmente não gosto (risos). E uma vez que me deram carne de tatu e só foram me dizer quando eu já tinha comido alguns pedaços, tava gostoso mais quando fiquei sabendo botei pra fora na hora. (risos)
DC: O que é farinha de puba?
KB: É uma farinha feita de mandioca, na qual após colher essa raiz, elas são colocadas de molho na água até ficarem bem moles, e então são amassadas com um tipo de pilão e depois secas no forno e as vezes no sol, tornando-se uma farinha grossa e dura, e também é utilizada mole para fazer bolos e vários outros pratos até onde eu sei.
DC: Nossa! Bem diferente das consumidas por aqui. Mas e a sua adaptação em São Paulo? Sentiu dificuldades?
KB: Como eu disse, cheguei a São Paulo aos 11anos de idade, fomos morar na cidade de Diadema, na grande São Paulo, assim que chegamos, fui matriculado numa escola pública, e fui zoado (risos), ficavam tirando uma da minha cara pelo meu sotaque, principalmente pelo meu jeito de falar presente, nas chamadas, que era bem arrastado (risos). Nossa tive apelidos como leite, por ser branco. Mas o pior foi um gelo que eu tomei de um menino da escola, porque eu disse ao inspetor que ele tinha pulado o muro, ele me ameaçou e tudo, nossa, passei um sufoco. Fiquei praticamente dois anos indo de casa pra escola e vice-versa, devido à superproteção da minha mãe e do meu padrasto e por eu não ter amizades com os vizinhos, só saia junto com o meu padrasto e isso era raro (risos). Senti dificuldades também nas gírias dos paulistanos.
DC: Nossa que aventura. E você considera São Paulo mais violenta que Teresina?
KB: Nada, Teresina é bem mais violenta que São Paulo, atualmente quando eu vou pra lá, os trombadinhas ficam de olho, e se estiver com uma roupa diferente, eles vem pra cima pra roubar.
Ainda mais quando eles sabem que eu estou sou de São Paulo.
DC: Comportamento típico da violência nas capitais brasileiras. E quanto ao ensino das escolas, como você compara nos dois estados.
KB: Eu achava que em São Paulo o ensino fosse melhor, mas me enganei; o ensino no Piauí é bem mais forte.
DC: Que coisa, e a gente acha que o ensino de São Paulo é forte. Mas atualmente você faz faculdade?
KB: Sim, estou cursando Design Gráfico na UNIP.
DC: O que te levou a fazer esse curso? Já trabalha na área?
KB: Eu comecei a me interessar por desenhos na minha infância, gosto de ficar desenhando, e atualmente eu faço criações de cardápios para diversas empresas.
DC: E é muito difícil fazer um cardápio?
KB: A montagem é rápida, e eu gosto de criar, montar.
DC: Quais os seus planos para o futuro, depois de se formar?
KB: Continuar na área, na parte de criação e planejamento.
DC: Quais as suas referências? Em quem se espelhou?
KB: A minha referência é o meu avó e tenho como espelho o meu tio.
DC: Como era o seu tio?
KB: Homem forte, trabalhador, com os seus princípios e moralidade.
DC: E o seu avó, como ele é?
KB: O meu avó já faleceu; mas, foi um grande homem, sofreu na infância, mas superou e conseguiu ser o que eu considero como um homem de verdade, com senso de justiça, generosidade, respeito. Ele nos criou de forma rígida, através do seu moralismo e crenças. Lembro-me de que ele fazia a gente rezar antes e depois das refeições, como forma de agradecimento.
DC: E sua avó?
KB: Mulher forte, guerreira, ainda vive no interior do Piauí com os meus tios, ela tentava nos passar valores através de umas estórias, além das broncas. (risos)
DC: Que tipo de estórias?
KB: O que o povo contava, uma delas era sobre dois irmãos que brigavam e mesmo após a morte, eles ainda continuavam brigando, mas como pedras.
DC: Como assim? Fiquei curioso.
KB: As duas pedras, ficavam se batendo, e as pessoas que passavam perto delas ouviam vozes, gritos. Até que um padre foi verificar a estória, pra ver o que acontecia... coisa de doido (risos) e a nossa avó sempre dizia que se eu e meu irmão não parasse de brigar iríamos ficar igual a eles (risos).
DC: Depois dessa jornada, nascer no Piauí, passar a infância no interior, e vir para São Paulo, você se considera feliz e realizado? Tem planos de voltar pra lá?
KB: Mesmo sendo jovem, tive e tenho uma vida bem agitada, trabalhando, estudando, praticando esportes nas horas vagas, eu ainda estou correndo atrás do meu futuro, de uma vida estável e confortável, posso não estar tão perto assim ainda, mas estou na luta e me considero feliz sim.
Tenho planos sim de voltar para o Piauí, mas para morar e trabalhar na capital.
DC: Alguma dica pra quem quer ir visitar o Piauí ou pra quem está na batalha de um sonho?
KB: Corram sempre atrás dos seus sonhos, mas com os pés no chão, com humildade; reconhecendo os seus erros, tendo bom senso, com respeito ao próximo que você irá longe. E se for ao Piauí, não deixe de ir às maravilhosas praias de Atalaia em Luís Correia, Pedra do Sal em Parnaíba, além da Lagoa do Portinho e também vá conhecer o Delta do Parnaíba, o único das Américas e um dos únicos em mar aberto.
DC: Kelvin, muito obrigado pela sua paciência, bom humor e simpatia com o "DIARIO DOS CINCO". Desejamos a você tudo de bom na sua empreitada.
KB: Eu que agradeço.
Terminamos assim mais uma entrevista com essa simpatia de pessoa, de personalidade forte e determinado, o jovem promissor Kelvin Bezerra.
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Acesse abaixo o áudio dessa entrevista na íntegra.
http://www.4shared.com/file/bcm09YBI/Entrevista_com_Kelvin_Bezerraa.html
Agradecemos a sua visita...
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Acesse abaixo o áudio dessa entrevista na íntegra.
http://www.4shared.com/file/bcm09YBI/Entrevista_com_Kelvin_Bezerraa.html
Agradecemos a sua visita...
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Interessante o blog do grupo. Gostei da disposição de textos porém o tamanho da fonte em alguns textos está muito pequeno e de dificil leitura.
ResponderExcluirwww.sobrecontrole.com
Historia curiosa, bom desenvolvimento da entrevista, não gostei da divisão do texto segundo a matéria(oficina de texto) achei infantil, sem as divisões ficaria mais profissional trabalhando em vez de “pauta, lead...” temas iria ficar melhor.
ResponderExcluirBoa noite,
ResponderExcluirVisando otimizar o processo e centralizar a informação, decidimos abrir um único comentário para todos os posts.
Entrevista:
Concordo com o colega acima. As divisões por pauta e lead não eram necessárias. Um leitor comum pode não saber o signifacado das mesmas acarretando numa não compreensão da primeira parte do texto. O restante correu bem mas há algumas diferenças entre as fontes de algumas questões.
Sinopse:
Ela poderia dar mais algumas pistas sobre o enrendo do filme de forma subjetiva, sem informações. Ainda assim, foi bem escrita.
Matérias:
Eu não soube direito qual era o tema principal, pois vocês possuem mais de uma matéria. Foram bem escritas e bem documentadas, com gráficos e imagens, isso é importante.
Nós da Universo FEST agradecemos a atenção e desde já parabenizamos vocês pelo trabalho desenvolvido.
Gostaríamos que visitasse também o nosso blog com o fim de melhorar os nossos serviços por meio de críticas construtivas e pertinentes (ou não), reclamações, elogios ou sugestões.
Universo FEST
Setor de Qualidade - Danilo de Avellar
http://universofeest.wordpress.com/
Embora eu discorde do comentário em que a fonte ficou de difícil leitura, concordo com os comentários acima em que a separação da entrevista pelas partes sugeridas em aulas foi desnecessária. Porém, achei interessante a disponibilização da entrevista em áudio.
ResponderExcluirAchamos o conteúdo interessante, principalmente a parte da entrevista com Kelvin, por ter compartilhado de forma divertida suas vivências e cultura.
ResponderExcluirSugerimos que fiquem atentos aos diferentes tipos de tamanhos e fontes,também as letras maiúsculas em determinadas palavras, e a pontuação.
Parabéns pelo blog !
Do grupo: Vida de designer
http://unipdg.blogspot.com/
Desnecessária a divisão de texto, como já dito pelos colegas acima, pois dá um ar "descritivo" e educativo.
ResponderExcluirFora isso, o tema e personagem para a matéria foram ótimos! A matéria foi bem descontraída e divertida de se ler.
oficinadeideias2011.worpress.com
Blog interessante,pauta da entrevista,melhor ainda.
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